sexta-feira, 13 de maio de 2011

Meditação de Orígenes

Sobre um texto de João em que Cristo agoniza até o fim do mundo, Orígenes em sua Homilia VII sobre Levítico,  citado por (1938 apud H. de LUBAC; Liébaert 2004, p.103);
Se compreendemos qual é a embriaguez  dos santos e como lhes é prometida para sua alegria, vejamos agora como nosso Salvador não bebe vinho até que beba com os santos o vinho novo no reino de Deus.
Ainda agora, meu Salvador se aflige por meus pecados. Meu Salvador não pode ter alegria enquanto eu permanecer na iniquidade. Por que não pode? Porque ele mesmo é ‘advgado por nossos pecados junto ao Pai. Jesus Cristo, que não tem pecado e que é, ele mesmo, propiciação por nossos pecados’. Portanto, como poderia beber o vinho da alegria aquele que é advogado por nossos pecados, enquanto eu o entristeço, pecando? Como poderia ter júbilo, ele, que se aproxima do altar em propiciação por mim, pecador; ele, em cujo coração cresce continuamente a tristeza por minhas faltas? ‘Beberei esse vinho convosco, diz ele, no Reino de meu Pai’. Enquanto não agimos de maneira a subir ao reino, ele, que prometeu beber esse vinho conosco, não pode bebê-lo sozinho. Permanece, pois, na tristeza, enquanto persistimos no descaminho. Se efetivamente seu Apóstolo ‘chora por alguns que pecaram e não fizeram penitência por seus crimes’, que dizer dele mesmo, que não buscou a própria vantagem, ainda que igual a Deus, mas procurou nosso bem e para isso como que se esvaziou de si mesmo? Tendo, pois, buscado assim o nosso bem, não nos propiciaria mais agora, não pensaria mais em nossos interesses, não sofreria mais por nossos descaminhos? Não choraria mais por nossa perda, ele, que chorou sobre Jerusalém e lhe disse: ‘Quantas vezes quis reunir os teus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos, e tu não quisestes’? Aquele que tomou para si as nossas ofensas e que sofreu por nossa causa, como o médico de nossas almas e de nossos corpos, desprezaria hoje a corrupção de nossas feridas?...Agora, pois, por todos nós, ele está diante da face de Deus, intercedendo por nós; está no altar, oferecendo a Deus uma propiciação em nosso favor...Espera, portanto, que nos convertamos, que imitemos seu exemplo, que sigamos suas pegadas, para então se regozijar conosco e ‘beber conosco o vinho no reino de seu Pai.’  

sexta-feira, 6 de maio de 2011

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